Ponto prévio: Cristiano Ronaldo até pode emular o feito de Paolo Rossi no Mundial de 1982, que chegou sem ritmo à prova, foi um fantasma na primeira fase, onde ganhou a forma que o faria tornar-se lendário nos momentos decisivos.
Mas, a verdade tem de ser dita. Caso, se mantenha ao nível apresentado nestes três jogos pouco ou nada acrescentará à selecção de Fernando Santos. Aliás, atendendo ao modelo de jogo da equipa, Cristiano tem sido mais um problema do que uma solução.
Com isto, não estamos a pretender ser ingratos com o melhor marcador de sempre da nossa selecção. Ao contrário dos regimes ditatoriais não apagamos da parede as fotografias de quem tem e que merece um lugar na história.
Porém, aos 37 anos de um jogador com 18 anos de selecção, deveremos todos questionar, principalmente o próprio jogador, se ainda continua a ser útil a uma equipa que tem ambições de chegar aos lugares mais altos de todas as competições. Deverá partir dele, num exercício honesto de introspecção, se o seu actual momento e condição se coaduna com as ambições portuguesas.
Sabemos, assim, que o futebol é o presente, sempre a projectar o futuro. Por essa razão, não seguiremos os argumentos das carpideiras das redes sociais que dizem que “somos uns ingratos e esquecemos o que ele fez por Portugal e que por isso não merece ser criticado.” Porém que sentido faz. Cristiano foi útil a Portugal mas o que seria do jogador sem ser integrado num grupo que contava com nomes como Figo, Rui Costa, Deco e tantos outros? Ou seria que entrava para a lenda, quando na final do Campeonato Europeu, os seus colegas conseguiram entrar na história, vencendo uma final que parecia perdida?
Cristiano, no alto da sua história, deverá pensar se ainda é útil à equipa de Todos Nós. Mediante as suas conclusões, talvez marque o mais belo golo dos últimos meses…