Começa a desencadear polémica o projecto da FIFA em alargar o Campeonato Mundial a 48 selecções, já em 2026, em vez das 32 que participação na competição disputada em solo qatari.
Assim, como já aqui escrevemos, o formato dos grupos com a hipótese de existirem 16 com três equipas ou 12 com quatro, ainda não foi decidido, sendo que a segunda opção estará a ganhar cada vez mais apoio nos escalões superiores da FIFA, uma vez que a fórmula das três equipas poderia ver uma diminuição da importância do terceiro jogo ou um maior risco de resultados a contento de ambos os conjuntos.
Outro aspecto positivo para a Confederação das confederações será a existência de mais jogos. Mais jogos significará também um maior fluxo de dinheiro dos patrocinadores, com a aprovação dos países anfitriões. O lado negativo desta fórmula passará, contudo, pelo aumento da duração da prova: a competição durará cinco semanas em vez das actuais quatro, com os jogos a subirem de sete para oito no caso das equipas que atinjam a desejada final.
Como escreve o jornal inglês The Times, Arsene Wenger, o antigo treinador do Arsenal e actual director de desenvolvimento do futebol mundial da FIFA, referiu que a decisão final sobre quantas equipas estarão num único grupo será tomada no próximo ano, enquanto Victor Montagliani, presidente da Concacaf, relembrou que o risco de sobreposição com os campeonatos nacionais é “uma preocupação válida” e que os organizadores podem ser obrigados a fazer o evento estender-se durante “cerca de 35 dias”.
Tal hipótese está a causar incómodo nos clubes Com efeito, temem que as dinâmicas do início da época sejam alteradas, entre a necessidade de adiar os estágios de pré-temporada o início dos campeonatos de 2026/27. Os 16 grupos de três equipas significarão a realização de 80 jogos, mas os 12 grupos de quatro equipas aumentará o número total para 104, com os dois primeiros de cada grupo mais as oito melhores equipas do terceiro lugar a avançarem para os oitavos-de-final.
Expandir o Campeonato do Mundo de 32 equipas para 48, no entanto, significará a duplicação das equipas nacionais para as confederações de África, da Ásia e da Concacaf. Tal justificará, provavelmente, porque é que, em 2017, estas três confederações apoiaram o plano de expansão do presidente da FIFA Gianni Infantino em vez da recomendação do comité de reforma da FIFA de 40 equipas: oito grupos de cinco equipas e as duas primeiras classificadas para a fase eliminatória.
O desejo do Infantino de abrir o Campeonato do Mundo a mais equipas nacionais começa a colidir com as competições nacionais e vai contra os desejos dos jogadores e clubes que pediam um calendário mais simplificado e, em vez disso, parecem estar a ficar cada vez mais entupidos: a batalha está apenas a começar…e promete ser dura!