Comecemos esta história por falar do Projecto Longbow, dando a conhecer de que se tratava. Assim, residia num projecto de “engenharia” empresarial e financeira montada pelo Manchester City para tentar cumprir – ou burlar – o fair-play financeiro. Por essa razão, o clube inglês constituiu empresas em paraísos fiscais para desonerar a folha de pagamentos de direitos de imagem, permitindo-lhe apresentar uma contabilidade equilibrada.,
Essa empresa seria, contudo, agora, dissolvida, de modo voluntário, sendo tal noticiado pelo jornal inglês The Times, explicando que a Fordham Sports Image Rights (este é o nome da empresa) nomeou um liquidatário voluntário, tendo perdido milhões de libras ao longo de vários anos, coberto pelos accionistas que foram investindo mais dinheiro ao longo dos anos, de acordo com documentos publicados no registo de empresas do Reino Unido.
O Der Spiegel salientou que a Fordham pagou ao City 24,5 milhões de libras (quase 28 milhões de euros) pelos direitos de imagem dos jogadores em 2013, um pagamento que foi registado como receita pelo clube. A publicação explicou, ainda, que os proprietários do Manchester City, o Grupo Abu Dhabi United, transferiram quantiuas para o Fordham, pelo que foram efectivamente os proprietários do clube que compraram os direitos com o seu próprio dinheiro. O acordo foi descoberto pelos organismos de controlo da UEFA, que se recusaram a aceitar este item de receita.
A Fordham Sports Image Rights foi formada em Junho de 2012 por dois funcionários do clube, Simon Cliff e John Macbeath, no Conselho de Administração. Haveriam de renunciar um ano depois com Jonathan Rowland e Graham Robeson, dois banqueiros que prestaram serviços financeiros ao Príncipe Herdeiro de Abu Dhabi, Mohamed Bin Zayed, que se tornou director em Julho de 2013. Foi então que o negócio dos direitos de imagem teve lugar.
Não se sabe se o acordo de direitos de imagem da Fordham fez parte da investigação da Premier League que levou os Cityzens a serem acusados da prática de de 115 violações das regras financeiras no mês passado.