A selecção marroquina foi a melhor notícia de um torneio mundial com demasiados pontos a lamentar e que, pelos vistos se prolongarão temporalmente, atendendo ao caso Qatargate.
Apesar do êxito dos Leões do Atlas ter sido a tristeza lusitana, a verdade é que uma das partes que ficará na memória no surreal torneio de Inverno, residiu na prestação da equipa do Norte de África capaz de a todos deixar de boca aberta.
Assim, no seu caminho, a equipa de Walid Regragui, antes de hoje ser desfeiteada pela actual campeã mundial, conseguiu empatar com a vice-campeão mundial, Croácia, na estreia na prova e bater a terceira classificada da derradeira prova, Bélgica, para avançar rumo à fase a eliminar. Aí, depois de empatar com a Espanha, campeã mundial em 2010, eliminá-la-ia no desempate por pontapés de penalty. Depois, arruinaria os sonhos portugueses, cuja equipa foi campeã europeia em 2016 e vencedora da Liga das Nações em 2019.
Hoje, frente aos gauleses, o jogo não correria pelo melhor à sensação do torneio. Um golo do nada apontado por Theo Hernandez parecia indiciar um passeio para os campeões mundiais. Puro engano. A equipa do Magreb pegaria o touro pelos cornos. Comandada pelo sensacional Ounahi, ainda a jogar no último classificado da Ligue 1 francesa, o Angers, e com o pitbull Amrabat a morder os calcanhares dos adversários, assustou a França. Teria uma grande penalidade negada por mais uma polémica arbitragem e, durante muito tempo, sonharia com o impossível.
Não o haveria de conseguir… mas caindo tão de pé ficará na história dos Mundiais como a primeira selecção africana a atingir as meias-finais da máxima prova mundial por selecções!