Aos poucos vão-se conhecendo os contornos da renovação, até 2028, de Rafael Leão com o AC Milan.
Encetemos a história pelo seus primeiros episódios, recordando alguns factos que serão do conhecimento público.
Assim, em Junho de 2018, o avançado português, aquando dos acontecimentos na Academia do Sporting, decidiu rescindir unilateralmente o contrato, mudando-se para o Lille, onde jogou durante uma época antes de se transferir para o AC Milan no Verão de 2019.
Em 19 de Março de 2020, o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) condenou o avançado a pagar 16,5 milhões de euros ao Sporting, que tinha instaurado um processo num tribunal português com fundamento da quebra unilateral de contrato do jogador. O clube português também contactou a FIFA, que acabou por explicar que o Lille era solidariamente responsável com o jogador pelo pagamento, pelo que a mesma poderia ser paga por qualquer um deles.
Chegamos ao ponto em que Rafael, depois de explodir em Milão, começa a negociar a renovação contratual com o emblema rossonero.
Nestes encontros, o jogador elevou ao máximo as suas pretensões, chegando ao ponto do seu colega de equipa Ibrahimovic dizer que “se Leão quiser a minha casa, eu dou-lha.” A complicar as contas passou a estar o facto do valor indemnizatório ao Sporting ter passado dos 16,5 milhões de euros iniciais para 20,6 milhões (com juros).
Até que foi encontrada a solução salvadora. Assim, segundo o portal francês RMC Sport, o jogador vai prolongar o seu contrato até 2028 com um aumento salarial muito significativo. O Lille compromete-se a pagar ao Sporting 19,6 milhões de euros (de um total de 20,6 milhões). Leão terá de contribuir com um milhão de euros do seu próprio bolso. Por outro lado, o Milan aceitará reembolsar imediatamente o Lille até 90% da indemnização, ou seja, cerca de 18 milhões de euros, apostando numa mais-valia (praticamente garantida) numa futura transferência.
No final, nesta operação, o Lille só desembolsará 2 milhões de euros do seu próprio bolso. Além disso, estará interessado numa futura transferência do jogador, cuja cláusula de rescisão estará fixada em muito mais de 100 milhões de euros, pois, caso seja transaccionado, o emblema gaulês receberá 15% do valor da revenda, mas até um máximo de 9 milhões de euros.
Um esforço considerável do AC Milan para garantir os serviços de Leão nos próximos anos.