“- Já antes da Covid as contas não estavam a correr bem A pandemia do coronavírus, o encerramento dos estádios puseram os clubes de futebol de joelhos, lutando com as mesmas despesas de sempre mas com muito menos receitas. Os clubes não recuperaram destes problemas.
Pensemos quando o futebol italiano valia 900 milhões de euros em direitos televisivos: era segundo apenas atrás da Inglaterra. Todos os outros, de Espanha à Alemanha estavam para trás. Não conseguimos compreender o que tinha de ser feito para difundir o futebol italiano em todo o mundo. Algo que a Espanha fez em vez disso”.
As palavras de Urbano Cairo, líder máximo do Torino, fazem-nos reflectir, ainda para mais concluindo que o futebol mudou desde a pandemia, sendo que “as famílias estão em casa a sofrer, pelo que o futebol deve dar o exemplo e ser sustentável.”
Para alterar a sitiuação, propõe a criação de tectos salariais “dada a difícil situação de muitos clubes italianos”. Mesmo o Torino, “que costumava ser virtuoso no orçamento, não tem sido assim nos últimos anos. Quando se perde tanto, não se está a fazer futebol sustentável e inteligente.”
Na verdade, é algo que vimos analisando há anos. Inspirado no modelo americano , na pretensão dos clubes poderem manter o controlo das contas, sem subverter a competição, tornando-a mais equilibrada através de um modelo de limites de jogadores extra tecto salarial, com um limite salarial superior e com a garantia que algum accionista/investidor se responsabilize pelo pagamento das remunerações destes.
Naturalmente, que tal modelo – como sucede com o fair-play financeiro – seria imperfeito e teria lacunas, mas a verdade é que da análise dos proventos gerados, os lucros têm superado claramente os prejuízos e o modelo competitivo da MLS não se tem ressentido, bem pelo contrário.
Com efeito, a competitividade entre as equipas, as boas condições dos estádios, a possibilidade de identificação com a estrela da equipa – o denominado designated player – e as regras salariais têm tornado esta liga um verdadeiro exemplo a nível mundial, pois como vamos referindo a dificuldade em resolver as questões salariais dos atletas tem sido uma das principais razões para o deflagrar da crise nas sociedades desportivas.
Para reflectir…