65,8 milhões de euros e o terceiro lugar dos países que mais pagaram a agentes em 2022, só atrás da Inglaterra e da Itália! Foi esse o score do futebol português no que tange a pagamentos a agentes e intermediários.
Com efeito, o peso destes nas transferências internacionais está de novo a crescer após 2021. É isto que emerge do relatório produzido pela FIFA, denominado de “Intermediários nas transferências internacionais 2022 – Futebol profissional masculino e feminino”. Neste fornece-se uma análise detalhada da actividade intermediária no contexto das transferências internacionais de jogadores.
Refira-se que num negócio deste tipo existem três partes envolvidas que poderão exigir a ajuda de um intermediário: o clube de compra, o clube de venda e o jogador envolvido no negócio. Em 2022, os intermediários estiveram envolvidos em 4.139 transferências internacionais, mais de 20 por cento do total que se efectuaram.
Este ano que, agora, finda, também bateu o record no que tange ao recurso a agentes por parte dos clubes adquirentes. São cerca de 1.532 negócios nestes moldes, representado 7,6% do total, um aumento em relação a 2021 de 22,4%.
O primeiro lugar de recurso a agentes nas transacções internacionais pertence ao futebol inglês com 45,5% destes actos a necessitarem de recurso de terceiros, segundo-se Itália com 37,6%.
A Itália, por outro lado, ocupa o primeiro lugar quando se trata de vender um jogador e a percentagem de transacções nas mãos de um intermediário sobe para 21,4%, à frente dos 21% da Sérvia, que ocupa o segundo lugar.
Após um declínio em 2020, seguido de um pequeno aumento em 2021, o ano que agora se aproxima do fim viu um regresso às despesas relacionadas com as comissões, em linha com os níveis anteriores ao Covid 2019. De facto, foram gastos até, agora, 622,8 milhões de dólares, 24,3% acima de 2021. Os pagos pelos clubes vendedores são os mais elevados de sempre, com 450,1 milhões.
A maior fatia é paga pelos clubes da UEFA, 599,3 milhões, 96,2% do total. De facto, os clubes de Inglaterra, Itália, Portugal, Espanha, Alemanha e França representam 80,9% do total mundial.
Especificamente, em Inglaterra, 203,2 milhões são atribuídos a comissões. A Itália segue-se com 88,5 milhões. Um abismo entre o primeiro e o segundo que reflecte como existem operações com números completamente diferentes na Premier League em comparação com qualquer outra parte da Europa e do Mundo.
A seguir vem Portugal (65,8 milhões) no último posto do pódio, Espanha (60,4 milhões), Alemanha (56,1 milhões) e, mais distante, a França com 30 milhões para comissões.
Finalmente, a percentagem de jogadores representados por intermediários aumentou ligeiramente. No total, há 3.086 operações concluídas com um intermediário para o jogador, nunca tantas, mas é 15,3% do total, em comparação com 14,5 em 2021.