Um dos segredos da Argentina, finalista do Campeonato Mundial do Qatar, passa pela Scaloneta.
Curiosos, acerca da geringonça?
Trata-se, simplesmente, da estrutura técnica da selecção capitaneada por Messi e constituída por antigos jogadores, marcantes no país.
Assim, a conduzi-la está o seleccionador nacional, Lionel Scaloni. Scaloni fez carreira em Espanha, principalmente no Deportivo da Corunha, em Itália, na Lazio e na Atalanta e quando abraçou o projecto de treinar a selecção do seu país, depois de apenas ter sido adjunto no Sevilha e passado por pouco tempo pela equipa sub-20 da Argentina, não hesitou. Assim, rodeou-se de um corpo técnico composto por antigos jogadores, que foram seus colegas na selecção e por isso aptos a ajudá-lo a conduzir a equipa.
Falamos de três nomes: os antigos defesas centrais Walter Samuel e Fabián Ayala e o nosso bem conhecido Pablo Aimar, que juntos venceram o Campeonato Mundial de sub-20 na Malásia, em 1997, frente ao Uruguai.
Por se conhecerem muito bem e terem plena confiança uns nos outros, a cada um é confiada uma área do treino. Deste modo, Samuel. El Muro” é responsável pela estratégia defensiva e pelo posicionamento nas bolas paradas. Ayala ajuda-o, atendendo aos monstros defensivos que foram. Tacticamente, é o que mais participa. Por exemplo, esteve encarregado de liderar a equipa quando, devido à COVID, Scaloni falhou o jogo contra o Chile em Janeiro de 2022 para as eliminatórias do Campeonato do Mundo (2-1). Tinha experiências anteriores no Inter em Itália e Lugano na Suíça.
Quanto a Aimar, é o braço direito do treinador, estando sempre ao seu lado. Chegou à AFA em 2017, como pedido expresso da direcção para tomar conta da equipa de Sub 17. Agora está mais encarregue do conceito ofensivo, ao lado de Scaloni. É a ligação com os jogadores, sendo respeitado pelo talento que todos lhe conhecíamos. Foi-lhe oferecido o cargo de treinador da equipa sub-20 antes de Scaloni, mas não aceitou… ao contrário deste.
Falemos de Ayala, a voz da calma da equipa técnica. Altamente respeitado por todos. Normalmente não está na ribalta, excepto nos aspectos defensivos. Devido à sua experiência e calma, tem uma visão mais global. Ele foi um dos últimos a integrar a equipa técnica. Antes de se juntar ao ‘Scaloneta’, foi o treinador do Racing, o seu último clube como jogador de futebol. Foi também secretário técnico em Valência até Junho de 2016.
Os três viveram a inesquecível experiência do Mundial de 2006, o primeiro de Messi. Falharam o sonho do título, que agora perseguem.
Que diriam montar uma geringonça desta estirpe com os amigos de sempre e para sempre?