Fevereiro será a última vez que o Campeonato Mundial de clubes, a disputar em Marrocos, terá o formato dos últimos anos. Com efeito, a partir de 2025, a competição será disputado por 32 equipas, tal como o presidente da FIFA, Gianni Infantino, declarou.
Tal decisão desencadeou controvérsia e discórdia, tanto por parte da UEFA como do Comité das Ligas Europeias, em virtu de já existir calendário sobrecarregado de partidas e competições.
Por isso, segundo o portal MF-Milano Finanza, durante a final do Campeonato do Mundo no Qatar entre Infantino e Aleksander Ceferin, número um da UEFA, houve apenas uma saudação casual, rodeada pela última controvérsia entre os dois organismos futebolísticos. De facto, no projecto do Campeonato Mundial de Clubes de 32 equipas, a maior parte do dinheiro irá para clubes fora da Europa, com a FIFA a tentar recolher pelo menos dois mil milhões da venda dos direitos televisivos do novo Campeonato Mundial de Clubes.
A competição alargada terá início em 2025 e será jogada de quatro em quatro anos, embora a possibilidade de ser jogada com dois anos de intervalo não seja de excluir. Neste momento, o critério de selecção destas 32 equipas é desconhecido, uma vez que na sua fórmula o Campeonato Mundial de Clubes é jogado por apenas sete equipas.
A FIFA já comunicou a decisão e alguns detalhes numa reunião recente com as cinco confederações e obteve a luz verde da maioria. A UEFA, no entanto, não se terá congratulado com a iniciativa, temendo que o novo formato do torneio possa ensombrar a Liga dos Campeões, retirando recursos aos organismos de radiodifusão e aos patrocinadores.
O novo Campeonato Mundial de Clubes foi também um tema de debate na reunião confidencial realizada na sexta-feira 16 de Dezembro em Milão entre os dirigentes das ligas europeias. Os dirigentes da Serie A, La Liga Espanhola, Bundesliga e Ligue 1 temem um maior congestionamento do calendário em detrimento dos torneios nacionais e da saúde dos jogadores. Acresce, ainda, que o novo formato expandido da Liga dos Campeões, a estrear na temporada 2024/25, mais jogos serão disputados em competições europeias do que em competições domésticas.
Outro ponto de preocupação para as várias ligas nacionais são os recursos que poderão recolher dos organismos de radiodifusão. Dado que se prevê que o Campeonato do Mundo de Clubes atinja um mínimo de 2 mil milhões, enquanto a nova Liga dos Campeões deverá rondar os 5 mil milhões, quantos recursos restariam para os organismos de radiodifusão assumirem a transmissão das ligas nacionais?
Uma verdadeira encruzilhada que poderá prejudicar os clubes de pequena e média dimensão…