Apoias ou não apoias?
A polémica estourou , quando a Amnistia Internacional declarou apoiar a Dinamarca no desafio que, amanhã, a oporá à França.
A razão era óbvia, para a Organização Não Governamental. Com efeito, numa carta aberta publicada, ontem, a organização que luta pela defesa dos direitos humanos referiu que “esperava melhor dos campeões mundiais”.
Na verdade, embora já tivesse contactado a Federação gaulesa em Maio para debater e discutir as constantes violações dos direitos humanos no Qatar, nunca conseguiu obter qualquer resposta, o que levou a que concluísse que: “poderá ser um dever de cortesia para com o seu futuro anfitrião? Nem uma única intervenção individual nos meios de comunicação social ou pedido colectivo para levantar a questão dos direitos humanos neste país. O silêncio ensurdecedor da sua equipa perante os milhares de trabalhadores migrantes que morreram nos estaleiros de construção do Qatar, e os milhares de outros sujeitos a trabalhos forçados.”
Assim, enquanto algumas das equipas classificadas para este Campeonato do Mundo já expressaram os seus pontos de vista sobre a questão dos direitos humanos no Qatar, tais como a Alemanha, Inglaterra, Holanda e Dinamarca, do actual campeão do mundo vem um silêncio ensurdecedor.
Tal leva o órgão a concluir que “Caros Blues, no domingo enfrentarão a equipa dinamarquesa. Mas para nós, a equipa dinamarquesa é a nossa favorita. Em solidariedade com os trabalhadores migrantes no Qatar, os patrocinadores da equipa dinamarquesa decidiram retirar os seus logatipos das camisolas de treino dos jogadores e substituí-los por uma mensagem a favor do respeito dos direitos humanos no Qatar. (…) Caros Blues, como poderão ver, os vossos colegas dinamarqueses estão empenhados na luta pelos direitos humanos. No domingo, e nos próximos jogos da sua equipa, não há nada que vos impeça de o ser também.”
Assim, a Amnistia Internacional França apoiará a equipa de Martin Braithwaite no domingo: “Caro Blues, continuamos a pensar que são uma grande equipa de futebol, e esperamos que vão longe nesta competição, mas compreenderão que, para para defender os direitos humanos violados no Qatar, apoiaremos a equipa dinamarquesa no domingo.”