Há sempre tempo para dar a volta a uma história que parece destinada a não ter um final feliz.
Falemos de Chimy Ávila, um argentino a brilhar em La Liga, no Osassuna.
Nascido em Rosário, no bairro conflituoso de Empalme Graneros, Luis Ezequiel, o seu nome próprio, esteve perto de entrar várias vezes no mundo do crime.
Nunca o fez porque tinha grandes sonhos a realizar, El Chimy, que é um apelido derivado de Chimichurri, um condimento picante e pungente, tal como o modo de ser de Luís.
Aos 16 anos de idade, já jogava pelo Tiro Federal, um clube que alguns anos mais tarde, em 2013 para ser mais preciso, o acusou de roubo (declarado inocente em 2018).
O período mais complicado da sua vida começava nesse momento: afastou-se do futebol, trabalhou como pedreiro fazendo 30 km por dia de sua bicicleta e arriscou-se a ver a sua filha recém-nascida morrer.
Um dia a sua mulher ficou siderada: viu-o a chorar enquanto assistia a um jogo de futebol… longe do mundo que o encantava!
Uma paixão que lhe fazia falta em demasia.
Com a ajuda de María e de algumas pessoas de confiança, Ávila volta a jogar futebol, também motivado pela recuperação da sua filha.
San Lorenzo, depois Huesca por empréstimo e finalmente o Osassuna em 2019, onde finalmente está a mostrar todas as suas qualidades.
Em Janeiro de 2020 a sua boa sorte sofreria um novo retrocesso. Sofreu uma ruptura do ligamento cruzado esquerdo, mas quando parecia estar perto de regressar em Setembro, lesionou o outro joelho.
Seriam 435 dias parado, o que negou-lhe a oportunidade de substituir Luis Suárez em Barcelona, com os blaugrana a apostar no dinamarquês Braithwaite.
Esta época está em grande: golo em Sevilha e golo em Cádis: o último jogador antes de Chimy a marcar nas duas primeiras jornadas de La Liga com Los Rojillos foi um goleador lendário. Falamos de Walter Pandiani em 2009.
Em Pamplona chamam-lhe Tximista, “relâmpago” em basco, e amam-no: finalmente sente-se bem e aos 28 anos de idade quer desfrutar de toda a alegria que, até hoje, lhe foi negada.