O desafio entre o Inter e a Fiorentina estava prestes a findar.
Com os homens de Florença a vencer no Meazza, Luca Ranieri deixou-se cair lesionado. Quase em simultâneo, o médio defensivo da equipa, o marroquino Sofyan Amrabat correu em direcção ao seu banco.
Quase como um autómato, descascou e comeu um pouco de uma banana, bebeu um golo de água e voltou ao campo. Estas imagens tornaram-se virais nas redes sociais.
Rapidamente, soube-se a razão. O voluntarioso médio encontra-se em pleno nRamadão, o que dita que não possa comer livremente durante o dia. Por essa razão, os nutricionistas do clube tiveram de conceber uma estratégia relacionada com a hora do pôr-do-sol, que varia de lugar para lugar, neste caso tendo em consideração o de Milão, local onde se desenrolou a partida.
Cristian Petri, o nutricionista do clube, realizou alguns testes para escolher a estratégia certa para Amrabat, juntamente com o resto do staff. Se o atleta cumprir o determinado sobre nutrição, os parâmetros do seu desempenho físico não serão afectados pelo jejum durante este período islâmico. Assim, os atletas poderão ser capazes de participar em competições enquanto jejuam, com pouco impacto no seu desempenho físico.
A estratégia é influenciada por vários factores, tais como as viagens – onde os atletas podem abster-se de jejuar – e a hora do jogo, o que tem consequências durante os 90 minutos.
Mas, porquê a banana que se tornou viral? Devido ao facto de durante a actividade física dever utilizar-se alimentos ricos em hidratos de carbono e pobres em gordura, fibras e proteínas. O objectivo é não ter quebras físicas, mantendo-se hidratado.
Para se preparar para isto, o departamento médico da Fiorentina estudou vários casos passados, tanto internos como externos, apoiando-se em artigos temáticos, tais como o artigo “Effects of Ramadan Fasting on Physical Performance: A Systematic Review with Meta-analysis”, escrito por três investigadores e que tinha como escopo o estudo do desempenho dos atletas durante o Ramadão a partir de três bases de dados. As conclusões da meta-análise mencionaram que “as oportunidades de sono e nutrição devem ser optimizadas para minimizar a probabilidade de acumulação de fadiga.”