O processo FIFAgate começou em 2015, quando altos responsáveis da Confederação Mundial de futebol foram detidos, levando mesmo o, então, presidente do organismo, Sepp Blatter, a apresentar a sua demissão. Além deste, envolveu muitos dos líderes mundiais do futebol e baseava-se na venda de direitos televisivos para os Campeonatos Mundiais de 2026 e 2030. A acusação fundamentava-se no facto dos arguidos favorecerem determinados entes na escolha dos direitos televisivos para a Copa Libertadores e para jogos envolvendo equipas nacionais da zona da Conmebol. A empresa de marketing argentina Full Play foi também considerada culpada dos mesmos delitos.
O processo continuaria os seus trâmites, para, dois anos depois, ter as suas primeiras decisões quando Hector Trujillo, um antigo funcionário da federação de futebol da Guatemala, foi condenado a oito meses de prisão. A justificar a pena, esteve o facto de ter-se declarado culpado de ter aceite 400 mil dólares num suborno que envolveu outros funcionários.
Hector Trujillo arriscou-se a uma pena mais substancial (mínimo de três anos de prisão). Mas o antigo advogado fez todas as diligências para escapar à pena: alegadamente implorou ao magistrado que tivesse piedade dele, aludindo como defesa à sua mãe doente, à sua filha grávida e à sua neta de cinco anos no hospital. E disse que tinha sido uma pessoa honesta durante 60 anos, excepto por um momento de fraqueza.
Porém, tal sorte não deverão ter outros implicados no processo. Assim, o antigo executivo da 21th Century Fox, Hernan Lopez, enfrentará até 40 anos de prisão por corrupção nos Estados Unidos. O tribunal de Nova Iorque considerou-o, ontem, culpado de subornar funcionários do futebol sul-americano pertencentes à Conmebol. Numa declaração, o sistema judicial norte-americano explicou que Hernan Lopez foi considerado culpado de “fraude, lavagem de dinheiro e pagamento de subornos a funcionários da Fifa e da Confederação Sul-Americana de Futebol”.
Uma história perto do fim?